A velha camisa branca da paz

Não adianta brigar com o futebol, moçada.

Ele é nossa representação de brasileiros.

A representação do abandono, de um povo que, mesmo invisível, esquecido pelas mediações institucionais, dribla o jogador corpulento e de repente marca um gol.

O futebol é mais forte do que nós.

Sugiro aprender com ele e com a copa, à moda do que vocês vivem me dizendo aprender com os santos e as religiões.

Não perdemos de 7 a 1 à toa em 2014, como sabem.

Perdemos porque tínhamos muito a perder.

Pessoalmente, não me oponho à copa porque desejo saber o que ela nos dirá agora.

E embora a considere uma espécie de oráculo, jamais usaria o amarelo neste momento para assistir a um jogo da seleção.

O amarelo, que evoca a diarreia na história brasileira, não é a cor original de nossa camisa.

É a branca mesmo.

A velha camisa branca da paz.

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