Matando marielles todos os dias

Cidinha Campos denunciou Brazão no parlamento inúmeras vezes e não foi ouvida pelos integrantes da casa. Em razão da ausência de providências contra o assassino, livre para legislar pela milícia, continuou a ser ameaçada de morte, chamada de puta por quem ela não hesita em classificar como “serial killer”, ademais brindado com passaporte diplomático por Bolsonaro.

Mulheres parlamentares, as mais ignoradas, são caladas à força no Brasil. Uma polícia manipulada, dominada, engorda seu poder corrompido matando pobres, forjando inquéritos policiais de intimidação contra quem poderia denunciar os desmandos políticos.

E como não seria assim, se a imprensa dá as costas à população? E só agora, após a determinação de um governo democrático, a polícia fez o que já deveria ter feito?

O pior, sempre o pior pra mim, é que o jornalismo brasileiro não tenha corrido atrás desse monstro por tantos anos. Principalmente, que nenhum dono de jornal o tenha feito, pois um jornalista não age só, ou só a muito custo pessoal pode agir. Bons jornalistas têm de ser hábeis negociadores dentro de um jornal. Sofrendo os diabos.

Hoje, pleno 2024, o Estadão ousa um editorial ridículo, associando o sistema de cotas ao aprofundamento do racismo, estabelecendo que sua prioridade é retroceder politicamente para garantir o fim do ensino público e aumentar a concentração financeira.

Vergonha, vergonha dos nossos donos de jornais, dos banqueiros esgarçados de poder político, gente do crime como qualquer outra, a matar marielles todos os dias.

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