meu professor, minha última razão pra escrever, me disse isto há uns meses, partido do nada:
– você é queer, rosane. doida. alicerçada em mistério. você não é deste mundo. ninguém sabe disso porque, pra esse mundo, você não é útil.
fiquei confusa. era uma sentença. talvez um elogio. ou uma constatação. ou nada.
e os olhos cheios d’água.
ter me chamado de queer foi um grande amor demais.