fico cansada de me decepcionar com as pessoas.
mas não tenho este direito.
tudo isto é nada diante de viver na rua sozinha, em meio à pandemia, com o filho no colo entre os prédios de passado glorioso das grandes avenidas do centro.
e ter de gritar por ajuda pra alguém indefinido lá em cima, na madrugada, sem poder contar com quem desça pra enxugar o suor do seu rosto, a fuligem da pele.
eu tenho uma rede.
ouso me alimentar de sonho e poesia na manhã ensolarada.
esta é minha verdade.
ou minha solidão.