devíamos ser como os pernilongos que voam até o andar alto onde moro, todas as noites, faça frio ou sol, e me acordam durante o sono já precário, e bagunçam meu corpo pesado até no espelho, e me fazem perder a hora para a ginástica urgente de manhã, devíamos ser como esses bichos invisíveis, barulhentos, sedentos, lazarentos, contra o putrefato no poder que decretou viver eternamente com os pés fincados sobre o que a muito custo somos, nossos corpos, nossos dias, nossos sonhos.