Ressuscita, Chaplin

Donald Trump.

Ele jamais esperava ganhar a eleição, diz Michael Wolff em “Fogo e Fúria”. O livro, que está pra sair, foi feito a partir de duas centenas de depoimentos de fontes próximas ao presidente dos EUA.

O velho, diz Wolff, queria apenas ter estado muito perto do poder, por calcular que isto daria um up nas suas empresas em baixa.

Não queria o poder político, por não saber do que se tratava.

Melania, a esposa, chorou desesperada na noite da vitória, enquanto Trump, ele mesmo, com o globo nas mãos, virou uma barata tonta resignada a viver fora da Trump Tower.

Ele não queria ou não sabia ler relatórios.

Pediu duas tevês para seu quarto na Casa Branca, enquanto a esposa dormia em outro cômodo. Dormia e chorava.

Trump quis trancar a porta de seu dormitório, mas o serviço secreto lhe disse: melhor não.

O presidente deixou suas camisas no chão, veio a limpeza e as pôs no guarda-roupa. Ele enfureceu-se. Ordem presidencial: o presidente põe as camisas onde quer.

Trump vigia sua velha escova de dentes, porque desconfia que será a arma para seu envenenamento.

Sem nomes pra sugerir aos ministérios, veta os homens que usam bigodes.

Seu chefe de gabinete o descreve como uma criança cujos desejos devem ser adivinhados.

(Tive um patrão igualzinho.)

A filha do presidente, Ivanka, é a única que pode ironizar sua ausência de cabelos e o decorrente penteado do pai. Convenceu Trump a nomeá-la ao governo, mas alguém no gabinete o alertou para uma palavra nova: nepotismo. Jared Kushner, marido de Ivanka, é seu testa-de-ferro. Eles têm todo o poder.

Ivanka sonha em ser a próxima (e primeira) presidenta americana. Ela, não Hillary.

Vamos ressuscitar Charles Chaplin, please?

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