
Este rapaz se aproximou de mim na avenida São João e pediu:
– Tira uma foto minha? Faz tempo que não me olho no espelho.
Fiz a foto, mostrei a ele, ficou feliz (e eu também, por proporcionar que se visse) e partiu antes que eu perguntasse seu nome.
Não deu três segundos, levei um baita susto com duas mulheres sem máscaras, gritando rente ao meu rosto:
– Esconde esse celular, vão roubar de você!
Agradeci (“Sim, senhora!”) e pensei. Não me assustei com o menino me pedindo para ser fotografado, fiquei, pelo contrário, lisonjeada. Sou muito mais incapaz de entender as mulheres sem máscaras. Deveria ter gritado pra elas: “Usem máscaras, negacionistas do inferno!”, mas não gritei.