Cena roubada

Achei triste quando no passado não só o Ivo Pitanguy como o Zé Sarney entraram na ABL. E quando chegou a vez do Paulo Coelho, pra mim tudo aquilo virou grêmio escolar, onde personalidades do espectro político, ora reaças de verdade, ora neoliberais da arte, revezam-se para ocupar o lugar dos grandes escritores, estes que já vinham fora do clube e fora permanecerão.

Não vi o discurso da Fernanda nem vou ver. Bastou que eu soubesse que usou seu poder para declarar seu não-voto à presidência, o que não fez sentido pra mim. Declara-se o voto quando se tem um ou não se declara nada, certo? Como personalidade, você tem um peso, exerce influência. Sem contar que estamos afundados neste Brasil. Entrar para a eternidade das artes assim talvez não tenha sido o melhor pra ela, mas que sei eu?

Eis uma atriz de respeito, uma dama de excelências, claro, soberba em “A Falecida”, embora capturada em algumas situações, por um Othon Bastos, por exemplo, que, sem dizer palavra, roubou a cena ao contracenar com ela em “Central do Brasil”. Fernanda deve sempre levar outros atores a querer superá-la, e isto deve ser uma coisa maravilhosa, tenho certeza.

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