Ah, jornalismo. Como justificá-lo moralmente?
Agora, a Vanity Fair faz um reels em que corta o diálogo da jornalista (modelo, atriz?) Ashley Graham até a parte em que ela devolve a resposta tão inteligente de Hugh Grant, em torno da feira de vaidades, como se ele estivesse fazendo um marketing para a revista. Nunca gostei dessa publicação, bela porcaria, lixo sem luxo.
E ainda li na manchete de um site (fechado para não assinantes) que a Graham declarou depois da grande repercussão do incidente: “Minha mãe ensinou a matá-los com bondade”.
Mas ela foi boa? E será mesmo que matou?
De toda forma, é uma figura espirituosa e eu havia gostado quando, ansiosa por uma resposta na direção desejada, perguntou a Grant se não teria sido ele mesmo a fazer o próprio terno. Uma pena que sofra de manipular ostensivamente, algo que, de forma paradoxal, foi a qualidade que a levou às entrevistas no tapete.
Me pergunto como o público ainda aguenta e sustenta direcionadores como ela. Queria que o episódio fosse pedagógico de uma vez, mas duvido que vá acontecer. Seria incrível se a partir do que ocorreu ela afiasse o belo sorriso na contramão, mas por que faria isso se agora a reconhecem e falam dela mundialmente? Sucesso demais.
E pra dizer toda a verdade, verdade mesmo sobre aquele episódio, a rápida troca de perguntas no início se parecia mesmo com um flerte sorridente entre os dois. Tudo ia bem até que ela pretendeu laçar mercadologicamente um homem inteligente.
Estou obcecada por essa vergonha alheia global, como se me dissesse respeito, né? Virei Shakira Indelicada expondo uma atividade que já foi assumidamente minha, como uma expiação.
Fazer o quê?