Monty era meu irmão

Liz e Monty: ele ficou surpreso
de se sentir excitado por uma mulher

“O que eu tinha com Montgomery Clift era o relacionamento ideal, a amizade ideal. Eu adorava seu talento e seu humor, e imitava sua raivosa lealdade. Eu tinha medo de me esforçar demais para ser atriz, porque não sou uma artista: não nasci para ser artista e não estudei (nem sei como estudar) para me tornar uma.

Monty era um artista puro, um gigante da atuação. Ele tinha medo de sets, diretores e equipamentos — lentes, câmeras, marcas no chão que nunca conseguia ver. Eu podia guiá-lo por um set, colocá-lo onde pudesse fazer sua mágica. E ele podia falar comigo, ajudar a me tornar um personagem, a entregar o material que me foi dado.

Ele era meu irmão.

Embora pensasse nele fraternalmente, o trabalho que realizei a seu lado em ‘Um lugar ao sol’ (George Stevens, 1951) foi terrivelmente erótico. Era uma dança de sexo. Um minueto das glândulas. Havia excitação naquelas cenas íntimas, mas era atuação. Monty ficou surpreso por estar excitado naquelas cenas — excitado por uma mulher —, e eu fiquei surpresa por estar sendo bom.

Presentes que demos um ao outro.”

Elizabeth Taylor em entrevista a James Grissom no hotel Carlyle, Nova York, 1991

via http://jamesgrissom.blogspot.com

Elizabeth Taylor e Montgomery Clift em
“Um lugar ao sol”, dirigido por
George Stevens em 1951