o problema do jornalismo neste triste país é que ele não mais representa o espaço público.
seus interesses são excludentes em relação às aspirações de toda a população.
estou falando de jornais, revistas e emissoras de televisão sem exceção.
a gente luta na internet, nos blogs e nas redes sociais contra essa opressão, mas tais espaços são concessões momentâneas, a todo momento capturadas por quem tem o poder sobre esses sistemas.
sempre achei ingênuo acreditar que a internet nos libertaria assim do nada.
no congresso dos Estados Unidos, ainda colocaram o zuckerberg contra a parede. vocês imaginam uma situação dessas por aqui?
refundar a legitimidade de nossas aspirações é um trabalho sufocante. quando nos pomos a fazer isso somos geralmente solitários, voluntários, contra a imprensa que deveria ser a responsável por essas ações.
se o jornalismo existisse à larga, já teria explicado, por exemplo, como operam esses hackers que derrubam páginas de informação e protesto e ameaçam de morte suas administradoras.
são fanáticos ou mercenários? quem paga para que eles existam? empresas, políticos? qual o perfil desses criminosos?
é difícil descobrir?
jornalismo é difícil. exige juntar as peças. pensar é penar.
há setoristas na justiça, no ministério público, na polícia, no congresso. por que não fazem seu serviço?
porque sem grana não conseguem.
porque os jornais não querem.
porque por trás dessas ações criminosas podem estar os próprios financiadores dessa imprensa.
(sempre me lembro que a folha considerava ato grave especular sobre a situação financeira dos bancos.)
o que as escolas têm ensinado aos jornalistas, não sei exatamente.
desconfio que de maneira geral as escolas alimentem mais o glamour da profissão, o sucesso a qualquer preço, a fama, a vaidade de aparecer, de se empregar na globo, de ser repercutido por ela do que de procurar a verdade.
ética, então, esqueça.
a imprensa é um dos mais importantes responsáveis por este fascismo anunciado a nós.