“the many faces of billie holiday” (https://youtu.be/wiEcL372LD0, filme para a tevê de matthew seig) talvez seja o melhor documento que conheci sobre billie holiday.
nada de sensacional se apresenta nele exceto a voz da cantora, analisada e respeitada, neste filme de 1990, por alguns dos músicos e produtores que com ela conviveram e que permaneciam vivos à época.
(mal waldron, por exemplo, muito jovem quando chamado a acompanhá-la, tinha exatamente esse rosto sereno quando o vi tocar…)
billie sofre nas biografias.
apanha, literalmente, jogada ao chão.
há essa tendência de a retratar em meio à ruína, como acontece com a carolina de jesus.
mas eu gosto de billie como está aqui, linda e luminosa na maior parte das vezes… da mesma maneira que amo carolina sem o lenço na cabeça, elegante e digna no seu encontro com clarice.
billie sabia rir e chorar, evitava a impessoalidade, falava consigo enquanto cantava para os outros. e, ainda mais raro, comunicava o seu ser e sua história, a tristeza e a alegria de viver no mundo, em cada canção.
conheçam sua maneira moderna e a voz como um trompete do íntimo, à moda do ídolo louis armstrong…
descubram como sua arte sempre foi, à parte todos os ruídos e feridas da vida pública, esse saber interpretar.