Bem.
Deixa eu esclarecer, pra quem se interessar pelo que vou dizer.
Não terminei de ver o Porta dos Fundos de Jesus, mas vou clicando todo dia no Netflix pra aumentar a audiência do programa e desbancar esses censores de m.
É uma campanha que auto-lancei e vc pode aderir.
E não terminei de assistir ao programa porque não gostei do que vi até o momento.
Basicamente, não ri.
Não gosto muito do Porta dos Fundos, pra ser sincera (e nunca conto isto pra ninguém, porque já viu; estou à espera dos comentários “mas eu gosto”: mandem!).
O que eles fazem de melhor, penso, está nesse espremer sem fim do ceticismo religioso do Monty Python.
Mas eles não são o Python pra alcançar seu patamar cômico.
Não amarram o roteiro com situações surpreendentes.
E não são atores espetaculares como os Python, isto é, jamais chegam à desenvoltura física do cinema mudo, na base do humor inglês.
Além disso, seus rostos não parecem propícios à comédia, à máscara.
Não são Chico Anysio, por assim dizer.
Humor de palavreado tem de ser extraordinário para funcionar.
E, ainda assim, vai precisar de intérpretes à altura das palavras.
Já vi o jornalismo satírico à moda estadunidense do Duvivier, o Greg News, e acho que funciona bem em alguns momentos (me aborrecem as risadas de claque).
Aí estamos no terreno da palavra do noticiário, e falar ele fala bem.
Humor não é só piada.
Aliás, nem precisa dela.
Humor é crítica.
Talvez um dia o Porta dos Fundos chegue lá.