Randau, como não se pode mais ser

É uma pena que ele se tenha ido, considero eu, tão cedo. Um jornalista como não se vê mais, nem parece mais possível ser. Um rigor como pesquisador, um sabedor com forte comprometimento político.

Era sério demais enquanto escrevia. A redação em volta nem parecia existir. Repórter especial, tinha uma mesa só sua, em que as pastas de recortes se empilhavam feito no filme “Brazil” do Terry Gilliam. Sempre sabia o que escrever e como escrever. Ninguém o pautava, nem seria preciso.

A célebre mesa era perto da minha no JT. Então eu tinha esse prazer diário de vê-lo chegar, com sua camisa branca aberta pra fora da calça surrada, e vir brincar com o Renato Pompeu, o outro gênio, o redator que trabalhava ao meu lado e que havia sido seu companheiro em tantas jornadas pelo jornalismo brasileiro.

Na minha lembrança era um homem simples e grande.

Vá em paz.

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