Quando acordo me vêm as melhores palavras. Mas demoro a levantar. Então saco do celular, na cama, como quem pegava o lápis na cabeceira. Hoje foi assim, ontem também. Ontem um texto sobre um filme, hoje a coisa difícil de ser dita ao amigo, os dois amontoados saídos com relativa facilidade, após a reflexão da noite. O melhor que faz o celular por mim é estar sempre perto para que eu escreva e fotografe nas horas improváveis. Mas, claro, há também as notícias que chegam nesses momentos, sempre piores. E a inspiração se perturba, começa a sumir, vira a areia que rola nesta pedra de tantos anos. A gente nunca vai aprender direito como fazer as coisas.