Não quis entrar aqui antes pra estragar os prazeres e a boa intenção de quem também não aguenta mais o verme e achava importante ir à passeata de hoje.
Tampouco quis manchar o respeito que as pessoas instruídas têm por seus raros bons cronistas.
Mas eu sinto que precisamos falar sobre Antônio Prata agora.
Ele é um escritor que dá o melhor de si e de sua palavra coloquial para falar aos leitores de classe média paulistana. E faz um grande serviço por ela, ao manter os argumentos civilizatórios em grau comum de entendimento, incluindo às vezes alguma inteligente ironia para reforçá-los.
Só acho que ele não pode ser um orientador de nossa estratégia política.
Prata sabe o que é o MBL? Sabe. Mas, se sabe, por que sugeriu que seus iguais engolissem o sapo dessa manifestação onde pixulecos de Lula na cadeia, ao lado daqueles de Bozo, desfilaram não surpreendentemente pelas mãos de tanta gente sem máscara?
Entendo que o escritor esteja preocupado com a união da oposição contra Bozo. Perfeito. Mas desde quando o MBL se opõe a Bozo?
MBL é oposição por exclusão, e apenas nos interessa se compuser número parlamentar para votar pelo impeachment. Então deixem que ele aja no Congresso!
Não é preciso dar a magnitude das ruas a esses lavajatistas rancorosos pela saída de Moro do governo, todos eles, além do mais, montados em capital estadunidense. No governo fariam tal e qual Bozo faz, sem se apoiar, é claro (ou sim, a depender), no poder miliciano de Rio das Pedras.
Kim é parvo, fascista ignorante. O mesmo para Holiday, cujo discurso nessas ocasiões é feito com o objetivo de mobilizar mentes binárias de pouco vocabulário.
Somos mais do que isso, suspeito.
E continuaremos lutando, certo?