Na contramão

Franklin de Oliveira (1916-2000) lembrava o seguinte em seu ensaio “A Semana de Arte Moderna na Contramão da História”:

A universidade chegou ao Brasil em 1922, no Rio.

Mas quatro séculos antes, em 1538, fundava-se em São Domingos a universidade São Tomás de Aquino e, logo a seguir, a de Santiago de La Paz.

Em 1553, a do México e a de La Paz, a da Guatemala e a do Peru, a da Colômbia, duas no Chile, duas na Argentina, a de São Marcos, em Lima, a de São Jerônimo, em Havana, a de Santa Rosa, em Caracas, a De São Gregório Magno, em Quito, a de Santo Ignacio de Loyola, em Córdoba.

Todas elas dotadas de imprensa. Todas imprimiam livros e jornais.

Enquanto isso, por Carta Régia de 5 de junho de 1747, o Reino mandava sequestrar todas as letras de imprensa existentes no Brasil, por inconvenientes aos seus interesses.

“Sem a educação não se chega à consciência política”, dizia Franklin. “E era isto que Portugal queria impedir quando no Brasil, desde o final do século XVIII, já tínhamos todas as condições objetivas para sermos uma nação soberana”.

Tudo isto te faz entender umas coisas ou não?

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Imagem do Twitter

Você está comentando utilizando sua conta Twitter. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s