
Às vezes me sinto uma câmera termográfica que fotografa o mundo escuro.
É uma sensação poderosa e reveladora.
Ninguém precisa concordar comigo, mas se digo que vi alguma coisa no invisível, pode crer, vi sim.
Acontece com vocês?
Não raro, quando assisto à maravilhosa série “Night on Earth”, na netflix (essa involuntária companheira), transponho suas revelações para minha vida, tipo “eu sei que aquele orangotango come à noite, por que nunca ninguém viu?” (metaforicamente, né gente).
Assisti ao último capítulo da série hoje, o making of em que o trabalho dos câmeras é revelado aos nativos e zoólogos.
A pesquisadora dos guepardos não conseguia provar ao mundo científico a perambulação noturna dos animais, embora tivesse fortes indícios disso, ao constatar suas coleiras desgastadas; as filmagens mostraram os guepardos bastante ativos à noite e assim validaram o trabalho de dez anos da cientista.
O orangotango nunca fora percebido comendo sob a lua, mas a fotógrafa o captou sem querer do alto da árvore de 30 metros, quando lá se encarapitara sozinha, de madrugada. Chorei junto com os pesquisadores nativos que se emocionaram ao constatar a vida noturna de um bicho querido.
Enfim, o importante é que vocês aproveitem a chance de assistir a essa preciosidade durante seu relativo confinamento.
Mesmo.
🌸