Não posso dizer que estranhe a quarentena. Nos últimos três anos, venho de repousos forçados por ligamentos rompidos nas calçadas paulistanas. Mais grave ainda, no ano passado quebrei o pé no largo da Batata, a caminho de um show. Se contar minhas desabilidades nesse tempo, sobre cadeira de rodas ou bengalas, que me fizeram desenvolver tendinite, dá quase um ano longe da cidade e perto das sombras.
Tenho amigos incríveis, que felizmente levam vidas distantes enquanto envelheço. Estão sempre em mim, como sonhos. Às vezes, nas redes sociais, encontro quem me ouça mais que eles, na nossa troca de nudes existenciais sob a pandemia. Viva vocês!
Espero que desses companheiros de hoje surjam alguns amigos olhos nos olhos nos próximos anos. Não é fácil, sendo frila e recolhida como me sinto, perder o abraço quem já gosto pelas palavras, concordâncias e emoticons.