Ah pronto.
Você não pode rir do que acontece de ruim.
E seria bom não chorar.
Seria melhor não acreditar, nem rezar, nem pular.
Estar contrito, vigilante, inabalável.
A seriedade confiável, a alegria sem juízo.
Seria bom não brilhar a carne, deixá-la intocável, segura de seu caroço, sua semente.
E assim não viver, nem sentir, apenas vigiar e punir.
Eu aconselharia aos moralistas progressistas da rede social também o riso, pois ele carrega consigo o deslocamento, a contradição, o paradoxo, a capacidade de raciocínio num segundo, a agilidade do sonho e do poema.
Aconselharia.
Porque não vou obrigar ninguém, obviamente, a nada.
E vou continuar no meu caminho.