Curioso como um horizonte do futebol que eu julgava eterno está mais ou menos perdido.
Talvez por culpa do próprio futebol, domesticado como tem vindo.
Na minha infância e na minha vida de mãe de crianças esportistas experimentei outra realidade.
Coisas como drible, passada, enrolação de tempo, teatro, falta, drama, cambalhota, empurrão ou fingimento eram necessidades do espetáculo.
E quando roubávamos a bola e fazíamos o gol, lutando dentro das regras com nossas armas não-violentas, nada mais importava.
Lealdade nunca significou ter um fraque em campo.
Os príncipes destacavam-se justamente pela majestade.
E o time, coisa imperfeita, especializava seus ilusionistas.
Como reclamaríamos da malandragem do jogador vencedor, especialmente se pertencesse ao nosso time?