vocês bem poderiam estar comigo da próxima vez que o suplicy aparecesse em manifestação.
e me ajudar…
não tenho coragem de pedir selfie com ele. até porque não sei fazer essas coisas. preciso de fotógrafo que além de tudo peça pra ele uma foto comigo. se bem que já é um ritual na vida do cara: posar com todos, falar ao microfone e cantar.
desta vez não cantou porque tinha “responsabilidade”, como disse, de ir ao velório do companheiro juarez soares. falou primeiro que todo mundo, pegou um papel pra não errar o nome dos presos, disse que pedia a sensibilidade de doria e bolsonaro para a injustiça das prisões (o suplicy de sempre), garantiu que todos trabalhavam pra resolver isso… e terminou com um lula livre, aplaudido com ênfase e carinho.
foi então que o organizador das falas pegou o microfone de sua mão e achou de dizer uma despedida empolgada, enquanto o suplicy deixava o recinto:
– manda um abraço pro juarez soares!
quase ninguém percebeu. nem ele, que falou, nem quem ouviu. o suplicy quis consertar lentamente, como de costume, mas só deu um riso compreensivo no fim. todo mundo muito sério na manifestação, mais homens que mulheres, polícia e remoção circundando a praça.
na real, eu não fui muito melhor que o rapaz atarantado ao microfone. mas pelo menos hoje, como todo mundo, homem e mulher na praça do patriarca (e o suplicy é um patriarca também), dei-lhe um beijo no rosto. só não sabia o que dizer depois. soltei o que me ocorreu:
– muito prazer!
e saí de perto, porque não nasci pra este mundo, entendeu?