a quarentena me volta ao autorretrato.
selfie, como vcs chamam.
e normalmente usam o termo pra depreciar os outros, aqueles que moram no inferno.
(até porque alguns autorretratos são aquilo mesmo que se desgasta, coisas iguais, hipócritas, iludidas.)
adoro selfiar o que há de bom.
talvez só eu mesma conheça os poucos ângulos onde exista algo que se aproveite em mim.
acho que todo mundo é assim.
um dos grandes fotógrafos da minha vida, lee friedlander, fez um revolucionário e lindo livro com seus autorretratos, impressos até mesmo como sombra em quem passava.
entendo-os como uma forma de autoconhecimento.
até eventualmente os mais íntimos, que a gente prudentemente esconde na nuvem, pra não decepcionar o próximo.