
Quando um filme é ruim demais, minha cabeça viaja pelos penteados dos atores, geralmente piores ainda. E dou um jeito de me divertir pelo menos com eles.
Uma vez, num filme ruim com o Richard Gere, ri tanto dessa situação peculiar que transpareci meu humor na crítica para a IstoÉ, onde eu trabalhava. E comecei a usar isso como mensagem subliminar, quem sabe um leitor a captasse (nenhum captou): “Quando ela critica penteado, é porque nada no filme prestou.”
Bem, agora estou aqui a ver Portugal e Gana, e é assim: não é que Portugal jogue mal, mas também não é que jogue bem. Marcou um gol de pênalti, mas sei lá se foi pênalti de fato. E virou o jogo porque joga mais, em duas saídas de bola, oportunistas, etc. Gana, que empatou depois do erro do zagueiro português e seguiu com outro gol bonito, não fez quase nada no jogo exceto se defender. Que mania a desses técnicos de recuar a vida, deus meu!
Não é um jogo que me obrigue, portanto, a chegar à raiz dos cabelos, visto que coisas ali trazem a marca do futebol, como a emoção, e me divirto no fim.
Mas eu olho. Não só cabelos. Coxas. Gente alta! Me irrita o Salonpas do João Félix que fica caindo do pescoço. Quem é o mais bonito em campo? Eu fico com o Rafael Leão, o autor do terceiro gol português. Na torcida de Gana as mulheres são maravilhosas e pulam o tempo inteiro, que animação, pena que seja gente rica humilhando os pobres na terra natal!
Mas pensam que é fácil ficar comentando assim na minha casa? Não. Futebol é religião. Não se aconselha ninguém aqui a rir do cabelo de José durante o parto de Jesus.
Pena, me restou amolar vocês!