É proibido proibir

Por muitos anos, já durante a República, os governos federais brasileiros quiseram extinguir o carnaval.

Uma festa obscena, certo? E crítica! E suja!

E por este tom andavam as indignações.

Foi então que o marechal-presidente Floriano Peixoto teve uma ideia brilhante para arrefecer os ânimos.

Ele mudaria a data do carnaval. Em lugar de fevereiro, decretaria junho para as comemorações de 1892.

Era pro bem da população.

Sem sol, sem problemas, sem doenças!

Compostura!

Pobre Floriano, não se dava conta do brasileiro…

O que fizeram os cariocas ao saber da mudança? Nem perderam tempo em reclamar. Em fevereiro, celebraram o carnaval extra-oficial. E, em junho, saíram pra folia outra vez, na data que o presidente quis.

Floriano pôs a mão no chapelão. Que povo era esse, meu Deus? E no ano seguinte decretou que o carnaval seria em fevereiro outra vez.

Acima, uma capa do artista J Carlos ironizando pesadamente o intento de proibir a folia em 1927. Sim… Porque a ideia de colocar um fim àquela pouca-vergonha não cessava, certo? J Carlos, contudo, sabia que não iria funcionar! Proibir a festa era chamar a revolução!

Cinco anos depois deste desenho (e de muitos outros de sua autoria, todo santo ano), o governo do Rio, impulsionado por uma ideia de Mário Filho para vender o jornal de esportes da família durante o carnaval, quando ninguém queria saber de futebol, abraçou oficialmente a competição das escolas de samba.

Sirvam-se da história, suas excelências, pastores e generais!

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